Aracaju [Sergipe] (20/12/06)
Perder-se foi inevitável. Mais uma vez, à procura do endereço, ruas adversas do imaginário e memória nenhuma de lugar, tínhamos uma orientação para quem chega por um caminho diferente do que seguimos. Mas, enfim, encontramos o paradeiro de mais um querido. Pouso farto de acolhida e serenidade.
Acomodados, sabíamos que a temporada seria breve. O Natal estava às beiras do tempo, não podíamos incomodar. E aproveitamos de modo cheio: logo de noite fomos à casa da avó de nosso anfitrião, comemos cuscuz com sardinha, receita de seu pai. Inusitado e saboroso. Mesmo para nós, nordestinos, a combinação foi novidade.
No dia seguinte, entre conversas acerca daquela realidade, ainda fomos conhecer a cidade, sob olhar de um arquiteto local – nosso acolhedor é colega de profissão, da primeira turma formada na cidade, e ainda de movimento estudantil. Caminhamos pela orla, pelo rio; a importância dele por todos os cantos, sobretudo da ponte, a tal ponte monumental e iluminada.
Muitas impressões colhidas, das pessoas, do ritmo particular, a dinâmica social, jeito de interior e de cidade querendo crescer, metrópole latente, povo na puberdade, uma valorização rara da qualidade de vida, sentida por onde andamos. Pode ser equívoco, mas estas impressões eram comprovadas a cada instante. Do mesmo modo que sentimos a influência grande da Bahia, fato histórico, é verdade, pois muitos serviços vinham dali. Mas muito psicológico: a presença da Bahia é como de uma mãe, vai guiando em costumes e desenhos urbanos, transita de uma jeito ou de outro.
Na escala do lar, o sentimento foi parecido: nosso acolhedor trabalha com forte intercâmbio baiano, festas no sul da Bahia, inclusive, estava ajudando a organizar para o reveillon. A família tem ascendência russa, interessantíssimo, mas a relação com o estado vizinho ainda supera, no que concerne às tradições, modos de viver...
Agradecimentos:
Ao Seu Benjamim, por ceder seu quarto, pelo carinho e pela sardinha com cuscuz;
À Paula, pelos quitutes e receptividade;
À Érika, pelo sorriso perene, serenidade e pelos biscoitos saborosíssimos;
Ao Vich, pela generosidade constante, abraço apertado e permitir-nos o prazer de conhecermos a família Schuster, de fina delicadeza e hospitalidade.
[E mais uma vez, a lição dos sentimentos:
a intensidade é que permite a emoção,
independe de tempo, exige apenas do coração;
coisa d’alma, de se permitir a outro ser humano,
mesmo que há pouco conhecido...]
bem vindos à Aracaju

Érica

produção de Érica

Seu Benjamim

Paula

percurso urbano

a escala e a dicotomia

Vich e a Cidade

Centro repaginado

a desinibida de Aracaju

a árvore de oitenta e seis metros (e quatro centímetros)
