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23.4.07

última fronteira pátrida (10/04/07)

De repente saímos de uma condição para a outra: somos um casal e era o dia de nosso aniversário de casamento. E precisávamos pegar a estrada para Esteio, bom era ir pela Estrada do Mar, a partir de Torres. Nem percebemos o limite de Estados, fizemos percursos esquisitos. Até seguimos um senhor, por uma paralela à Freeway. Não pagamos pedágio, ele nos levou por um atalho que interceptava a via depois. Bom assim. Mas acabamos nos perdendo. Tivemos, inclusive, em determinado momento a impressão de fim da linha. A pista acabou, sorte nossa que não em um abismo. Acabou numa ladeira, de súbito, descemos pelo barro. E, reencontrando gente, reencontramos o caminho. Finalmente, achamos a cidade. Chegamos, a muito custo, em Esteio.

sair do Farol
konidomo

Santa Marta.Jericoacoara
konidomo

um brinde
konidomo

"quero ver você em Xangri-lá..."
konidomo

o cara do atalho
konidomo
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19.4.07

mais uma balsa (09/04/07)

Saímos de Floripa até meio tarde da manhã. Queríamos deixar a casa com todo o capricho que era de costume ali. E seguimos pela BR-101, de péssimas condições, das piores que transitamos. E o tal do vento Sul... Impressionante: viajamos contra o vento e por conta disso, o consumo de gasolina foi bem maior. E dava para sentir o esforço que o carro fazia, para vencer a força contrária.

Passamos por alguns pontos sugeridos. Alguns, porém, não corresponderam à nossa expectativa... Lindas praias sim, mas uma tristeza... Seria ressaca de feriado? Vimos cidades fantasmagóricas, Laguna era uma delas... Estava tudo tão mórbido que arriscamos seguir por balsa, na esperança de que no Farol de Santa Marta o clima estivesse melhor. Melhor, realmente estava. Mas ainda não era lá essas coisas. A paisagem? Belíssima. Mas não é só isso que conta...
a cor
konidomo

pro Farol de Santa Marta
konidomo

[ficamos numa casa, da dona de um supermercado que entramos. Foi um achado, a casa era um mimo. Pagamos bem pouco e dormimos bem.
SUGESTÃO KONIDOMO: no Farol Santa Marta, procure dona Ruty Aguiar – (48)9158 8839 ou 36462331, ela aluga casas]


de floripa pra cá
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Santa Marta
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Biu no Sul
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Sc.BR
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um mimo
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nas lentes
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abrindo caminhos (08/04/07)

Quando tudo parece turvo, no fundo há um sol omisso. Não demora, ele aparece. No feriado também foi assim, a gente até arriscou a praia. Os caminhos se abrem, como mágica, um ponto de luz. Falta pouco de Brasil, falta muito a resolver. Documentos, providências de agora. Estamos correndo com isso, já que estamos quase saindo do país. Coisas de fronteira, de hesitação; coisas também de coração, portas fechadas há pouco, alguns ressentimentos por e-mail... A gente entristece, sente até mais as dores, fragilizados... Mas, no meio disso tudo, afagos surpreendentes, gente que aparece, mais sóis que tempestades... E, como a ilustrar tudo isso, a pia desentupida, feitos de Júlio, artimanhas dele, canos abertos, caminhos livres...

[agradecemos com vigor e sorrisos plenos ao nosso estimado Jason Fernandes. Além de ‘consogro’, ele é um grande amigo de Fortaleza. Somos eternamente gratos pelos seus préstimos jurídicos na elaboração do documento de autorização do uso de imagem (para nossos acolhedores). Mas, principalmente, agradecemos por representar um alento, num momento de desânimo. São pessoas e ações como essa que nos dão cargas novas para continuarmos a jornada]

[agradecimentos]
- à Sumara Lisboa, pela acolhida, pelos cuidados, pelos quitutes, pelos recantos apresentados, pela voz mansa, pela fibra, pelo grande exemplo de atuação profissional, pela farofa de grãos, pela babosa de companhia para viagem, pelos biscoitos, e todos os presentes;
- ao Doca, pelas pizzas saborosas, pelos momentos de encontro, agradáveis e tranqüilos;
- ao Fernando, pelos passes do R.U., pela atenção constante, por sua educação e fineza admiráveis, por guardar o sapato esquecido, pelo jornal de lembrança, pelos serviços de bar, pelas conversas memoráveis;
- ao Hugo, por sua delicadeza, por sua vontade de aprender, de participar, pela permissão de conhecermos essa figura única e pelo jornal de presente;
- ao Ney e à Déa, proprietários do ‘Sítio Çaracura’, pela grandeza do casal, por nos permitir conhecê-los, por abrir as portas desse lugar para todos aqueles que lá aparecem, pela oportunidade de assistirmos a um jeito de melhorar o mundo, pelos alimentos, pelo aprendizado, pela contribuição com a natureza, pela magia incontestável que há nos dois e no lugar que vivem;
- ao Jason Fernandes, advogado e amigo, por seus feitos e maneira gentil de nos ajudar.

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casa monstro (07/04/07)

Em Jurerê, não há nada de tão radical: não é tão esnobe como dizem no centro, mas também não é popular. Há mansões, há classe média. As praias são gratuitas (!), embora o chuveiro custe a soma de R$ 1,75 pelo banho. Os supermercados possuem, no geral, preços normais, lan house é acessível e as locadoras, oferecem promoções atraentes.

Com estas condições, acabamos ficando mais caseiros e assistimos a alguns filmes. Com a frente fria, provocada pelos ventos do Sul, esse lazer tornou-se ainda mais freqüente. Assim, locamos, em um desses dias, a “Casa Monstro”, filme muito adequado para a região. Nada de sombrio, mas abandonado. As casas em Jurerê são agressivas, embora apáticas, humanizadas, apesar de mortas.

Nosso olhar pode ser severo na mesma moeda, mas é genuíno. Estando no lugar, um arquiteto vê e sente. O apuro estético é instantâneo, ou o olho agrada, ou rejeita. Ali, nós três arquitetos, rimos em um passeio noturno, certa vez. Tanta era a canalhice construtiva pelo bairro. É muito dinheiro. E muito mau gosto.


tipo assim
konidomo

"se essa luminária tivese cabelos..." (Sidney Magal na campanha para a Neutrox)
konidomo

internacional
konidomo

um dos monólogos
konidomo
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frente fria de páscoa (06/04/07)

Nossa acolhedora viajou. Foi passar a Páscoa com a família, em Lages. E ficamos cuidando da casa dela, intercalando afazeres domésticos com atividades do projeto. Nosso feriado foi assim: a temperatura caiu, roupas de inverno espalhadas pela casa para tomar ar, textos sempre a redigir, consertos e aprimoramentos no carro, pouso próximo a preparar, um lazer esporádico aqui e ali. Almoço de páscoa, com lentilha, tomates recheados de ricota, legumes e farofa. Chocolates ínfimos, mais descanso e recarrego de energias, tendo o tempo como humor...


no jantar do konidomo
konidomo
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recompartimentação (05/04/07)

“Quem anda não acumula”, disse para nós uma argentina que conhecemos em Lençóis. E o que aconteceu com o Biu?

A idéia era tirar tudo. Acumulamos já muitas coisas, dentre presentinhos (os mais fofos e inusitados: palhacinho de gesso, muda de barbosa, enfeites, canecas, jarra de plástico, casacos) e volumes que adquirimos, como enchimento para bonecas, papéis, etc. Onde colocar isso tudo? Outra questão era o clima variável que começávamos a pegar, precisávamos readequar a bagagem para atender às demandas de temperatura.

E a solução era tirar tudo e recompartimentar outra vez. Limpamos com água, bicarbonato de sódio e essência, sob indicação de Sumara. E foi o dia inteiro nisso, tira, limpa, volta. Depois, uma delícia de perfume, tudo limpo e renovado, acomodado outra vez, mas agora, um pouco mais apertadinho...

[durante o tempo em Jurerê, a pia da cozinha esteve entupida, tentamos resolver, mas sem sucesso. A Su descobriu que sua seguradora de carro prestava esse serviço e solicitou. Enquanto estivemos na labuta do tira-bota no fusca, o sujeito apareceu. Não resolveu nada e ainda sujou tudo, sem o menor jeito com o equipamento. E aquele papo de plano de saúde: “ah, infelizmente não cobre...”]

"5 elefantes" (e ainda não é tudo)
konidomo
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vou ali e volto já (04/04/07)

Havia um feriado no meio do caminho... E como sol, caiu sobre nós a possibilidade de um apartamento desabitado no continente, em Floripa. Perfeito para nós, sobretudo porque estaria disponível em um dia conveniente também para nossa acolhedora, que iria viajar. Enfim, se tudo tivesse dado certo, também seria engrandecedor, poderíamos conhecer mais uma face da cidade. Chegamos a nos despedir, trocamos agrados, dentre galinhas, farofa de grãos (receita da mãe da Su), biscoitos integrais para levarmos na viagem, até uma plantinha.

Enquanto jogávamos as coisas no carro, Sumara e um colega da Eco & tao visitaram uma obra, projeto deles. E voltaram quando pensávamos em partir. Quando o fusca deixou a garagem ela balançou a mão, com seu sorriso sereno. Os olhos meio caídos, soltei um beijo com os dedos. E seguimos para a UFSC, pois lá era o combinado para que encontrássemos nosso amigo, do apartamento. Além disso, precisava pegar meu tênis que havia esquecido...

E foi como um rápido passeio: a história desandou. Readquirimos o sapato, emprestamos uma extensão para um dos estudantes (preparavam uma festa) e jantamos no R.U. Estávamos famintos, era comer para pensar melhor no que fazer, ir ou ficar, procurar um lugar, ou voltar para Jurerê. E achamos mais prudente evitar a estrada no feriado, queríamos conhecer um pouco a Floripa do outro lado, mas enfim, também queríamos sossego, para alento do chão caído. E voltamos para a casa da Su, que foi um amorzinho conosco... lado bom de voltar foi continuar a empreitada de organização e receber um novo abraço de reencontro...

[uma nova companhia de viagem: uma muda de babosa, que Su nos deu, e batizamos de ‘Barbosa’, em homenagem ao personagem de Ney La Torraca, do exinto TV Pirata]

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Eco & tao e etc (03/04/07)

A Su é diversa e trabalha o tempo inteiro. Faz parte de um grupo de arquitetos-urbanistas que trabalha com bioconstruçao, permacultura e materiais naturais, a Eco & Tao. É membro da Associação catarinense de bambu, faz parte de um grupo de orquestra de berimbau. E dedica todo seu tempo em casa projetando, pensando, levando em conta sempre a responsabilidade ambiental. Dos projetos de arquitetura ao que come, à cura de uma debilitação do organismo, não é extremada, mas recorre antes aos métodos menos agressivos e artificiais. De vez em quando, quando reparávamos, ela estava obstinada no feitio de uma maquete, de algum projeto em andamento.

Não é apenas a admiração de amizade, mas saber que é possível, conforta. No momento em que muitos de nossa profissão batalham e mesmo assim necessitam de uma renda extra, vinda de outra natureza, conforta mesmo saber que há caminhos. Há caminhos para um outro tipo de arquitetura, há preocupações com o futuro, com o mundo, com a sustentabilidade. E é difícil como o é para qualquer grupo em início de carreira, as demandas são equivalentes. Mas imaginamos que a realização enche o peito mais profundo, sem remorsos, garantindo ainda boas condições de vida e qualidade para as gerações futuras.

“não estou me especializando em bioconstrução, estou me generalizando em bioconstrução
Sumara Lisboa, arquiteta-urbanista


A acolhedora [Sumara Lisboa]
konidomo

na concepção
konidomo

pra alimentar o batalhão
konidomo

Sumara-Çaracura
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Berçário
konidomo
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Ilha paradisíaca (31/03/07)

Não apenas à primeira vista, como se disse antes. A Ilha É paradisíaca. No norte da Ilha, onde estávamos, o mar é lindo: transparente, peixinhos no fundo, temperatura amena. De tarde, particularmente, alcança-se o indescritível, de um laranja espetacular, luzes n’água, peles bronzeadas, o dia engatilhado. Os banhos de mar da tarde são mais contrastantes, mais vivos, de cores e sentidos. E tem o gosto do dia vencido, cumprido, por desacelerar.

A paisagem construída, todavia, não corresponde ao natural: são pálidas, hostis, dispendiosas mas deselegantes. Algumas casas chegam a ser horrorosas, mérito até melhor que a apatia de estar, mas apenas isso, não provocar qualquer emoção. E são onerosas, de materiais absurdos e inadequados para o clima, de paisagismo exibido com espécies caríssimas. Embora a região fosse fértil e nos desse de brinde muitas goiabas do caminho.

[Visitamos também Canasvieiras, Praia brava e a Ponta do Forte, entre buscas ocasionais de alimentos, ou com nossa acolhedora Su]

norte da ilha
konidomo

konidomo

konidomo

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forma de citronela, ativar (30/03/07)

Mosquitos gigantes. Seria algum desequilíbrio ecológico? Super nutrição de venenos? Enormes, a gente via até a bolsa encher-se de sangue. Sangue nosso. Sanguessuga, malditos vampiros! E, como para tudo, a Su tentava os métodos naturais. Usamos citronela, levedura de cerveja. Não apenas para conviver (e não combater) com os insetos, mas para nutrir-nos! Alimentos orgânicos, sucos de laranja, para prepararmo-nos para o frio. E quem dera existisse sabonete, xampu, hidratante, tudo de citronela!


na nossa pele
konidomo
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sítio Çaracura (28/03/07)

Embora estivéssemos acelerados e com tantas atividades, abrimos espaço para um dia. Além de tudo, desejávamos realizar pesquisa com a Su, que também tinha uma rotina bem dinâmica.

Nesse dia, em especial, estava marcado para o trote dos estudantes de Engenharia Sanitária Ambiental. Seria diferente do normal: eles iriam realizar diversas atividades em um sítio bem importante na vida da Su, tanto profissional, quanto pessoal. Fica em Ratones, pela região e possui um manejo bem particular com meio. E ela nos convidou para ir. Seriam realizações interessantes, utilizando a permacultura como base. Não podíamos perder. E não perdemos.

Foi, realmente, uma experiência maravilhosa. Até ajudamos na cocção dos alimentos. Frutas, batatas assadas no forno à lenha, lentilha, saladas, delícias coloridas, nutritivas e naturais.

O lugar é de encanto: além do que a terra dá, os moradores em seu brilhantismo fazem do sítio único. Ela com as mãos de fada, ele com as mãos de arquiteto (não por formação, mas por talento): mimos e alimentos de delírio, casa de construção impressionante. Ainda bem que realizam visitas, as crianças vão por lá. Porque é um lugar no mundo feito para os olhos. Porque é um belo exemplo de viver.

outro trote
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konidomo

conte sua história
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carinho de lá
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vegetal
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sobre o lugar
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na parede
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no fogão
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nossa função
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erótica
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estimação
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jardim
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uma lição
konidomo
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dias “D” organização (27/03/07)

Sempre assoberbados de tarefas, não era diferente no momento. Aliás, jamais estivemos tão repletos de compromissos, atividades, tudo para fazer.

Passamos os primeiros dias concentradíssimos, todos os textos do mundo por escrever, todas as fotografias do universo para tratar. Roupas para lavar, tudo para arrumar no carro, agendas, não paramos. Sequer fomos à praia, embora estivesse tão perto.

E, de noite, até tivemos um merecido lazer: além da caminhada com Su pelo lugar, alugamos um filme e comemos uma pizza, feita com muito capricho pelo Dóca.


zigue-zague em florianópolis
konidomo
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lar Jurerê (25/03/07)

Domingo foi o fim. E não sabíamos para onde íamos. Até que ela chegou, ainda quando dormíamos. E colocou a cabeça dentro da barraca e esperou que despertássemos.

Era nossa amiga, que encontramos no primeiro dia em Florianópolis, a Sumara. Ela nos convidou para um passeio, mas estávamos acordando, ainda desorientados. Precisávamos ainda arrumar tudo, deixamos para depois. Ela ficou de voltar no fim da tarde e nos convidou para ficarmos em sua casa. Delícia. Ela mora em Jurerê, praia ao norte da Ilha. Perfeito. Mais que perfeito para dois desabrigados.

E quando chegamos lá, era o cheiro da paz no ar. Perfume de flores, de chá, de marcela, de jasmim, mesa posta, aconchego. Aconchego.


pra mudar de flor
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conte uma história (23 e 24/03/07)

[e fique famoso!]
Desejávamos realizar a pesquisa, mas não interferir. Respeitar o tempo novo, pisar devagar. É óbvio que não acreditávamos que podíamos ser imparciais. Nem queríamos. O pensamento se cria e é inevitável exprimi-lo . Vai nas faces. Se não, é dissimulação. E tentamos sempre a transparência. Mas nossa intenção era que viessem ao nosso encontro. A opinião se dá a quem se pede. É uma questão de valor.

Conseguimos uma brecha na pauta e apresentamos o KONIDOMO. De roda feita, explicamos o que fazíamos ali, quem éramos, um resumo. E anunciamos presença no lugar, para eventuais conversas, algo que desejávamos muito.

Para tanto, montamos uma espécie de stand, onde armamos nosso abrigo e um local de convivência. Colocamos um varal, penduramos galinhas de xita, armamos um mini-circo. Um cartaz dizendo: “Conte uma história/...e fique famoso” foi também exibido. Intentávamos ouvir o que as pessoas queriam dizer, uma história qualquer de sua vida. Para dar voz à origem, pelo sotaque. Pelos costumes. Pelo ritmo, jeito de falar. E queríamos filmar.

Passamos os dias sentados, à espera de um candidato. Poucos pararam, poucos interagiram e achamos isso incrível. Às câmeras, ninguém contou uma história. Sobrou a memória, de alguns que conhecemos e cativamos afinidades.

[agradecemos à FENEA, representada pela diretoria presente, por contribuir com o Konidomo. Agradecemos, em particular, algumas figuras que se mostraram bem especiais para nós: Argentino (Curitiba), Fernando (Floripa), Hugo(Floripa), Carol (Londrina), Raquel (Porto Alegre), Guta (Porto Alegre) e Totonho (Porto Alegre). Pelas histórias não registradas, contadas ao verbo solto e por marcarem passagem, com algum gesto de delicadeza.]

uma idéia
konidomo

no jardim do konidomo
konidomo
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conea de quem? (de 21 a 25/03/07)

Estávamos no estacionamento do curso de arquitetura quando finalmente recebemos pelo celular uma mensagem precisa de onde aconteceria o Conea. Justamente na UFSC.

CONEA, é uma reunião periódica do movimento estudantil, de área, do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. A sigla, em rigor, significa: Conselho Nacional de Entidades Estudantis de Arquitetura e Urbanismo. É a segunda Instância deliberativa da FENEA, órgão representativo da categoria (Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – pois há instituição homônima na Argentina).

Pois bem, mal encontramos o Centro Acadêmico, reencontramos também uma grande amiga, nossa contemporânea, que por alguma história parecida, também estava por ali. Saímos para comer e encontramos outra querida, da cidade e dos mesmos tempos. E passamos a noite em retrocessos, saudando notícias, compensando a saudade, os abraços, as vidas até então.

Durante o evento, participamos como observadores, vendo os turnos, alguns de perto, na margem da roda, mas, na maioria das vezes, de fora.

[encontramos Sumara, Laila e conhecemos o Dóca e a Ci, felicidades do acaso]

[casinha]

Antes, na época em que fomos atuantes (sim, tivemos vivência importante no movimento estudantil), a participação era mais estudantil e menos institucional. Havia muitos avulsos que apareciam e tornavam-se imprescindíveis ao movimento, embora não fizessem parte de nenhuma agremiação. Inclusive, chamávamos a Fenea de “casinha”. Para arquiteto, mais que uma relação literal, era um entendimento puramente poético. Ali, num lugar efêmero, de arquitetura volátil, havia um lugar mágico, onde o Brasil cabia inteiro, embora representado. Era um lugar de materialização efetiva de um lar, com todas as condicionantes. Família, trabalho, dinâmica (oras as dinâmicas!), um amor arrebatador e maior que tudo que já se sentiu. Capaz de juntar casais e amigos, sim (como nós), mas, fundamentalmente, solo fértil para idéias mirabolantes, lindas, projetos extraordinários e lições que jamais será possível ver acontecer pelo caminho formal da escola. No nosso tempo, brincávamos que a Fenea servia apenas para que nos encontrássemos. Através dessa união, de pessoas felizes e tão obstinadas, éramos capazes de tudo. Os projetos eram apenas conseqüências. Do bonito nasce o bonito, flores de flores, sublime. Éramos feitos de lágrimas. E esperávamos o desconhecido chegar como quem espera parente. Vindo de Poços de Caldas, Fortaleza, Porto Alegre, Goiânia, Xanxerê, Aracaju, Vitória, Recife, Santos... Em quatro dias tornávamos íntimos, inseparáveis, ou odiávamo-nos para sempre. Como uma família comum. Talvez esse fosse um ponto de críticas, desencadeador de tantas mudanças, até aos dias atuais. Para nós, era o diferencial, que fazia de nosso movimento estudantil mais que eficiente: transcendental.

[a natureza vem chegando, pintando toda a natureza, é o sol, é o sol, é o sol que traz tanta beleza... lembrança do Rô, que cantava para nos acordar para o turno...]

E os lemas e as canções emblemáticas; porque “viva a fenea que faze a gente se encontrar” abrange tudo: encontrar a si, o outro, a roda, o mundo.

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