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30.11.06

KONIDOMO de mobillete (29 /11/06)

Andamos como nesses lugares dos filmes da Audrey Hepburn, de mobillete fora da dinâmica natural dos carros, abraçados e esquecidos do mundo...

Como o fusca ficou na oficina, resolvemos pegar a mobillete de seu Carvalho. Fomos ao Centro, precisávamos comprar dessas necessidades que aparecem no caminho. E queríamos encadernar as Fichas de Caracterização (as ditas que comentamos antes).

Foi KONIDOMO de mobillete... Passeamos por Casa Forte, Parnamirim, Jaqueira, Graças, Espinheiro, Boa Vista, Santo Amaro, Recife Antigo, São José, Centro...Usamos a manhã inteira. De tarde, foi tempo de costurar, ajeitar coisas, de mão e de computador.

De noite também não saímos, mas jantamos uma pizza feita de inhame, invenção de Dona Tereza, completamente autoral.

Ainda não encontramos ninguém da terra, esses dias foram realmente estratégicos. Para os queridos da região: não fiquem enciumados, dedicamo-nos à observação do lar em questão (dada a pesquisa) e aos arremates que ficaram por ser feitos aqui – em Fortaleza foi uma loucura... Além do mais, bom é deixar ao acaso e assim fizemos nesses dias, certos de que encontraríamos alguém, casualmente em nossas andanças. Não aconteceu. Mas não se aperreiem, nos encontraremos em breve. O carro ainda está em revisão e o melhor é que não se tenha pressa nesses assuntos. Queremos que o Fusca seja visto com atenção, que se ajeite o que precisar com calma. Mas se virem um casal de mobillete por Recife, parecidos conosco...


Adaptação
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De tudo um pouco aí tem, Mercado São José
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[acerca do passeio] (28 /11/06)

pela noite pela escuridão pelas ruas pelos cheiros pelos bueiros pelas calçadas

pelos calçamentos pelos gatos pelos ratos pelas rodas resistentes (em dormir e em fazer da cidade eterno interior) pelos vigias pelos buffets recém abertos com festinhas ao som do forró da moda pelo ‘fiteiro’ pelo lixeiro

pelo ‘Largura’ pela pracinha de Casa Forte pelos ‘soins’ que aqui chamam sagüis pelas criaturas pelas amarguras pela menina que faz cooper tarde, provavelmente porque quer emagrecer e não teve tempo o dia inteiro pelos ônibus derradeiros

pelas carrocinhas de cachorro quente pelos edifícios altos solitários pelos adolescentes, que conversam imprudentes, mochilas nas costas e um assunto urgente pelas casinhas charmosas pelos estabelecimentos que mudaram de área pela igreja fechada, com barulho de evento misterioso pelo cachorro teimoso pelas velhinhas dormindo

pelos estudantes voltando da aula pelos boêmios inveterados pelos casais apaixonados pelos clichês e flores que se há de direito pela Casa Forte pelo futuro e sorte (em que dará alguns anos) seu jasmim no chão


Praça de Casa Forte, Proj. de Roberto Burle Marx (1935)
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Pra saber mais sobre Burle Marx e algumas de suas interveções em Recife http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq042/arq042_03.asp
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parada estratégica (28 /11/06)

Dia de levar o Fusca para o médico...

Nem bem chegamos já sentimos a atipicidade da casa. Não que já não conhecêssemos, Júlio viveu vinte e cinco anos nesse regime. E eu já havia visitado a casa em outras oportunidades, mas estando com olhos em lentes, tentamos enxergar como estranhos, de modo a tentar perceber melhor, sem deixar escapar nada. Mais amiúde explicaremos melhor adiante, merece um capítulo para as peculiaridades desse lar, que abrangem não apenas a alimentação, mas a leitura do mundo, do tempo, da vida.

Enfim, tomamos café da manhã. Mesa adversa: pasta de gergelim (iguaria que trouxemos também e até deixamos por aí, na vinda, para deguste de nossos anfitriões), café de soja, pão integral da casa, semente de jerimum triturada, linhaça... Somando-se à alimentos mais habituais, pelo menos para quem mora no Nordeste: tapioca, ovo ‘pé duro’, ricota, aveia, frutas. Como dissemos, há de se detalhar melhor, pois para compreender como vivem, é preciso esmiuçar um pouco mais os detalhes.

Depois da lambança gastronômica, deixamos o carro na oficina de Tarcísio, amigo da família e grande sabedor dos mistérios do fusca. Ficou de averiguar tudo, de modo a deixá-lo no ponto para voar, plástica geral, revirar o bichinho pelo avesso. Assim, sem nosso meio de transporte preferido, ficamos a tarde cuidando da logística: organizando papéis, cadernos, atualizando o Blog, o Site, checando mensagens, etc.

De noite, tudo mais em ordem, resolvemos dar um passeio pelo bairro, Casa Forte. Caminhamos pelas ruas tranqüilas, com o fim de espairecer, mas também de olhar, ver a vida das pessoas no fim do dia, seus rostos, seus cansaços, seus arremates.



Oficina do Tarcísio Baracho, Alto Santa Isabel, bairro de Casa Amarela
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RECIFE-PE/BR (27/11/06)

Quando a gente começa a busca é que descobre o objeto... Então chegamos em Recife. E num é que aqui tudo ficou mais claro? Não sei se porque paramos, mas, até as fichas de caracterização (estamos registrando em forma de fichas os pontos de parada, os lares ‘invadidos’ por nós) completaram-se de modo fácil e eficiente.

Pois bem, quando ancoramos estávamos imprestáveis: sono e cansaço, afinal, quase não tínhamos dormido. E foi isso o dia de chegada: abraçar a família – pais do Júlio – comer e dormir. Dormimos a tarde inteira, como se já não bastasse, avançamos a noite e só vingamos quando amanheceu novamente.
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28.11.06

RN estrada rumo PE (27/11/06)

Levantamos por volta de quatro da manhã. Um dos meninos ia passar as festas com a família, em Minas, fomos então deixar ele no aeroporto. Ele até levava consigo um pedaço do mar dentro de um vidro de vazio de nescafé (Fomos com ele em Ponta Negra na noite anterior). Pois bem, aproveitamos para pegar a estrada outra vez: chegar em Recife logo era estratégico. Sabemos quanto é penoso, pois há lugares fantásticos... Entanto, apenas lá o fusca passaria pela mais ampla revisão de sua vida, estando então apto a rodar sem limites!

Bom ver o sol nascer na estrada... O estômago ainda embrulhado e os olhos quase virgens, preparando sua natureza para a luz. Deu fome, mas não havia nada aberto ainda. Bom que a beleza distraiu um pouco. Vendo que seria difícil encontrar algum café na estrada, resolvemos entrar por São José de Mipibu, cidadezinha no Rio grande de Norte. Também lá não foi fácil, a cidade estava ainda acordando, empurrando para casa os restos da noite. Encontramos um café barato e bom, com ovo e queijo-manteiga (R$1,50, com direito à café). O ambiente estava meio esquisito, clima de cidade de novela: pouca gente, a pracinha com enfeites vencidos, meio triste, meio abandonada.

Pegamos, então, a estrada novamente (BR 101) e de lá só saímos para visitar uma velha conhecida: a praia de Tambaba. Coisa linda de se ver e de estar. Um jeito de viver, sem dúvida, mas não nos deteremos aí, já que nossas visitas foram repentinas e rápidas. Não tivemos também pretensão de importunar ninguém com perguntas. O lugar é para se sentir, talvez para se ficar anônimo, para se ficar natural.

Voltamos por uma estrada paralela, fonte de belos retratos. Depois de Caaporã, alcançamos a BR novamente e desviamos outra vez apenas quando já estávamos em terras pernambucanas. Não houve como evitar, vimos uma bifurcação e, de súbito, um corredor de bambus. Delírio de se ver e de se escutar: o ranger dos esbeltos e superlativos cilindros, bambus balançando ao vento, uma sombra assombrosa, verde e infinita.


Litoral Sul da Paraíba - Acesso à Praia de Tambaba
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Ainda Litoral Sul Paraibano.
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Corredor
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NATAL-RN/BR (25/11/06)

Longa estrada entre Tibau e Natal... Pegamos um trecho pela noite, nada aconselhável, sobretudo ali... Mas enfim chegamos. Natal no natal: tanta luz que parecia a “Disneylândia”! Luzes, luzes, brilhos, luzes, fez-se dia!

A cidade era Natal, porém a casa era de mineiros. Conhecidos da época de movimento estudantil, acabaram indo parar por lá, coisa que já vimos acontecer com outros, em nossa época de estudantes. Vez e outra, quando acabava um evento, alguns ficavam, outros resolviam desbravar a região, quando não se apaixonavam e iam para onde seus pares levassem. Vimos demais. Aconteceu um pouco disso conosco. E agora, graças à migração dos meninos, seríamos recebidos em Natal por queridos de Minas. Viva a Fenea que faz gente se encontrar! (representação da área do Curso de Arquitetura e Urbanismo, era essa a frase mais famosa e plena da entidade)

Já conhecíamos o lugar, pois também nos acomodaram na viagem piloto a qual nos referimos antes. Um deles, entretanto, já não morava mais lá, casos do amor: partiu e foi casar, coisa linda. E ainda acabou dando espaço para outro mineiro.

De noite, como não estavam, deixaram a chave na portaria e nos resolvemos. Desmaiamos, em verdade, estávamos realmente exaustos. De manhã é que reconhecemos o espaço: a parede de desenhos em lápis, de variada autoria. Encontramos nela novos desenhos e frases; frases-ímã: que lemos tantas vezes nossos olhos pousem lá.

Os meninos, como bons mineiros sabem mostrar o melhor de Minas na cozinha: já comemos lá pão de queijo, pegamos receitas e dessa vez, comemos Frango ao molho pardo (para nós, a própria galinha à cabidela, só que sem a farofa de cuscuz ). Mais uma vez habitamos a cozinha enquanto preparava-se o almoço, conversando acerca de tudo, inclusive sobre nossa viagem. Havia mais uma hóspede, de Maceió, que mesclou-se tão bem que parecíamos de longa data conhecidos. Ela fazia parte da diretoria da Fenea (representação da área do Curso de Arquitetura e Urbanismo), e por esta razão estava lá, já que um dos meninos também fazia. E falamos disso também. E falamos de outras. E falamos de urbanismo – com direito à apresentação de trabalho de faculdade sobre Ponta Negra e sua evolução urbana... Enfim comemos a iguaria, um mimo, um luxo, tanto carinho, tanto zelo, e sintonia, amor... Naquela casa a gente se alimenta bem. Até de comida.



Conversa na Cozinha
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O Estudante de Arquitetura Mateus Campolina apresenta um de seus trabalhos:
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Área de Trabalho - André Kobu Orsini (Diretor da Regional Nordeste)
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A FENEA, também representada pela Diretora da Regional Nordeste - Vanessa Lopes
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Finalizamos agradecendo a gentileza e a hospitalidade de sempre dos meninos de Minas!
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26.11.06

TIBAU-RN/BR (24/11/06)

O nome certo do lugar é Praia das Emanuelas. É lá que fica a "Pousada BeijoMar", para onde fomos. A noite foi mesmo um grande ponto de partida, a conversa embrenhou-se pela pesquisa e as pessoas por si mesmas afrouxaram o verbo. O grupo, formado por pernambucanos, cuida da pousada de um jeito muito peculiar. Conosco, foi um reencontro intenso, mais que hospedagem, mais que competência, e coisas de marketing moderno...

E o canto foi mais que a praia, que os mimos, que a lua, que o almoço sensacional que prepararam... As coisas são especiais quando estamos inteiros. Amor por dentro. Das coisas definitivas. Dos abraços. Quase choro. Quase mudo. Sublime. Vê-se o amor. Por toda parte. Pela parede azul pintada com conchas cimentadas coloridas. Pelo café da manhã florido:tapioca e doce de caju - e eu nem gosto de caju, mas estava sensacional - pelo suco de maracujá e o sorriso de se servir com prazer. Delícia. Almoço na cozinha. Clima de casa de praia com amigos.

A gente quase ficou e foi tentador. Mas também há beleza em ir. Levar retratos dos abraços. (Para quem fez parte de movimento estudantil, sabe a sensação do abraço de despedida daquele que conheceu por quatro dias e talvez nunca mais reencontre e parece ser parente, íntimo, algo assim). E quando se percebe que o tempo não vai ser suficiente nunca, é porque já foi suficiente para sentir isso e saber que mais não dá, a intensidade foi alcançada. Relações intensas e repentinas. Uma explosão.

(Abraço aos queridos da pousada BeijoMar, já conhecidos de outrora e os novos, agradecemos o carinho, a hospedagem e a permissão de convivermos esse dia, como se fossem tantos)


Contribuindo e conversando sobre a vida.
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Conversas sobre o projeto da Expedição e o modo de vida deles.
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Vista noturna do edifício principal.
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Nosso amigo Jorginho, responsável pelas iguarias servidas na casa.
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CE estrada rumo leste (24/11/06)


Carnaúba à direita, ainda estrada cearense. A primeira parada prevista era Tibau, na divisa entre Ceará e Rio Grande do Norte. Não por acaso. Não pelo lugar. Mas pelas pessoas que conhecemos, quando voltamos de Recife, em nossa viagem piloto (março de 2006). Foi um grupo que fizemos questão de reencontrar e por felicidade começar nossos estudos de percepção, ensaiar como a pesquisa tomaria método, corpo e consistência. Sabíamos que o melhor jeito era deixar mesmo livre, sobretudo no começo. Deixar a natureza tomar partido, gente é mesmo a melhor matéria prima de qualquer lugar.

na estrada
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A caminho de Tibau-RN
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24.11.06

a partida

Estamos oficialmente de partida. A semana foi curta para todos os arranjos necessários: o de ir, o de ficar, o de doar, o de vender... Mas, enfim, chegou a hora de sentir o vento na palma da mão, ater-se a mapas, pegar, finalmente, a estrada!
Daqui para frente iremos postar à medida da possibilidade, então, até a próxima!
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20.11.06

segunda veiculação do Konidomo

Segunda veiculação do Projeto de Pesquisa Itinerante - Konidomo Expedição América do Sul - no Jornal OPOVO, de Fortaleza-CE.

Reportagem da Jornalista Rosa Sá, com fotos de Deyvson Fernandes.

Matéria principal: http://www.konidomo.arq.br/publicacoes/manchete.htm
Complemento: http://www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/648959.html
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12.11.06

Konidomo no Jornal O POVO

A primeira publicação em um veículo de grande circulação de Fortaleza, o Jornal O POVO.
Nota na Coluna "Sextante", do Jornalista Felipe Araújo.

Em 28/10/2006: "DIÁRIOS DE FUSCA", segue o link:
http://www.opovo.com.br/opovo/colunas/sextante/642641.html
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