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31.12.06

Aracaju [Sergipe] (20/12/06)

E havia uma ponte. Enorme. Dessas de filme, imponentes, atirantadas, sobre o rio. E não havia balsa coisa nenhuma nesse trecho. Não mais. Era uma ponte megalomaníaca, na estante de algum candidato para as eleições... E chegamos como quem chega no desconhecido. Era mesmo um mistério: a cidade, o Estado, o lar da vez. Sabíamos pouco acerca do lugar e também acerca das pessoas.

Perder-se foi inevitável. Mais uma vez, à procura do endereço, ruas adversas do imaginário e memória nenhuma de lugar, tínhamos uma orientação para quem chega por um caminho diferente do que seguimos. Mas, enfim, encontramos o paradeiro de mais um querido. Pouso farto de acolhida e serenidade.

Acomodados, sabíamos que a temporada seria breve. O Natal estava às beiras do tempo, não podíamos incomodar. E aproveitamos de modo cheio: logo de noite fomos à casa da avó de nosso anfitrião, comemos cuscuz com sardinha, receita de seu pai. Inusitado e saboroso. Mesmo para nós, nordestinos, a combinação foi novidade.

No dia seguinte, entre conversas acerca daquela realidade, ainda fomos conhecer a cidade, sob olhar de um arquiteto local – nosso acolhedor é colega de profissão, da primeira turma formada na cidade, e ainda de movimento estudantil. Caminhamos pela orla, pelo rio; a importância dele por todos os cantos, sobretudo da ponte, a tal ponte monumental e iluminada.

Muitas impressões colhidas, das pessoas, do ritmo particular, a dinâmica social, jeito de interior e de cidade querendo crescer, metrópole latente, povo na puberdade, uma valorização rara da qualidade de vida, sentida por onde andamos. Pode ser equívoco, mas estas impressões eram comprovadas a cada instante. Do mesmo modo que sentimos a influência grande da Bahia, fato histórico, é verdade, pois muitos serviços vinham dali. Mas muito psicológico: a presença da Bahia é como de uma mãe, vai guiando em costumes e desenhos urbanos, transita de uma jeito ou de outro.

Na escala do lar, o sentimento foi parecido: nosso acolhedor trabalha com forte intercâmbio baiano, festas no sul da Bahia, inclusive, estava ajudando a organizar para o reveillon. A família tem ascendência russa, interessantíssimo, mas a relação com o estado vizinho ainda supera, no que concerne às tradições, modos de viver...


Agradecimentos:
Ao Seu Benjamim, por ceder seu quarto, pelo carinho e pela sardinha com cuscuz;
À Paula, pelos quitutes e receptividade;
À Érika, pelo sorriso perene, serenidade e pelos biscoitos saborosíssimos;
Ao Vich, pela generosidade constante, abraço apertado e permitir-nos o prazer de conhecermos a família Schuster, de fina delicadeza e hospitalidade.

[E mais uma vez, a lição dos sentimentos:
a intensidade é que permite a emoção,
independe de tempo, exige apenas do coração;
coisa d’alma, de se permitir a outro ser humano,
mesmo que há pouco conhecido...]


bem vindos à Aracaju
konidomo

Érica
konidomo

produção de Érica
konidomo

Seu Benjamim
konidomo

Paula
konidomo

percurso urbano
konidomo

a escala e a dicotomia
konidomo

Vich e a Cidade
konidomo

Centro repaginado
konidomo

a desinibida de Aracaju
konidomo

a árvore de oitenta e seis metros (e quatro centímetros)
konidomo
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2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

VCS COM DENISE????
deu ate um aperto no peito aqui.
saudades, muitas.

10:45 AM  
Anonymous Anônimo said...

Rumo ao reveillon na praia de pratigi ia eu entre diversos pensamentos pensando em que canto da bahia estariam raquel e julio naquele momento, então eis que de repente surge um fusquinha azul na ampla visão do parabrisa da van e eis que nesse fusquinha azul uma inscrição chama a atenção: KONIDOMO!!!! Sim eram vcs vcs.... o que fazer?? parar, tirar foto, dar sinal de luz.....JJJ``UÙUUULIIIOOO!!!!! e um asceno pelo vidro num desejo de felicidades nesse ano que se inicia e no decorrer dessa expedição que continua.
Grande abraço amigos e muitas descobertas nessas jornada!!!

6:39 AM  

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