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13.12.06

caminhos (13/12/06)

Estamos na iminência da partida. Outra vez. E como da outra vez, vamos deixar uma família para trás. Acenando, chorando e sorrindo. E como da outra vez, estamos enlouquecidos com tantos afazeres, acertos finais, imprevistos inimagináveis [até prova de renovação de carteira fez-se, Júlio errou só uma questão, de 30, bom para quem vai pegar estrada...] feitios, feitios, sono... Como da outra vez, estamos também com infinitas possibilidades. Caminhos. Tantas questões... Mar? Sertão? Nem é aí que permeiam nossas dúvidas. Todo lugar é interessante por natureza, por sua natureza. E, sobretudo, pelas pessoas. Sempre há um adverso, um peculiar interessante a se ver e se intrigar. Não por isso. Temos sede de ir, conhecer, desbravar. Mas dentre todas as minúcias a se elencar (somos livres, mas não temos apoio nem patrocínio, precisamos nos planejara cada trecho... ), há, além das relevâncias financeiras, as da natureza (está chovendo muito em alguns lugares) e, principalmente, as da intuição. Algo nos diz... Há uma Bahia inteira a se vencer – e ver, conhecer, provar -, um Sergipe acanhado, cheio de mistérios, uma Alagoas anacrônica, que ora chama, ora se cala. Há um Espírito Santo magoado por não o prevermos no percurso, de canto, competindo com as rotas pelo sertão... Há Tocantins, pulsando, enchendo a boca d’água, impresso em textos, incitando, curiando, mas sem respostas, mudo (enviamos muitas cartas para Instituições , Governo, Imprensa, solicitando apoio, pelo menos de abrigo e não obtivemos retorno) e ainda estamos insistindo, pelo fetiche. Há Minas, em ouro e gente, lugares mágicos, como São Thomé das Letras... Goiás, Rio, São Paulo e tantos, e tantos outros que estão pelos cantos, não nos parece caminho, embora o caminho seja traçado por nós... Perder-se no Brasil é fácil. Tudo há, já diziam nossos colonizadores. Mas a questão é: o que diziam os outros colonizadores? Ainda temos um continente a ir. Se tivéssemos todos os recursos financeiros demandados, se tívessemos ao menos equipamentos básicos, como gps e laptop... Pois façamos como nos há, com o que temos e dentro das possibilidades. E assim, desejamos que os caminhos se abram. E sejam sempre caminhos, posto que em qualquer viagem, o caminho é que é a própria viagem. É o que enche o texto, o retrato e a recordação. São os caminhos que nos alimentam, como artérias da terra, veias e vasos; jorrando mundos, como se jorra sangue, como o pó que somos, depois e antes, de barro.
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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Oi raquel e júlio, desculpa a demora em entrar em contato, semana meio corrida, mas enfim , claro que a oferta de acomodação está de pé sim, a casa está meio bagunçada por que estamos em processo de mudança, quase sem moveis, mas será um prazer recebê-los aqui.
meus fones e mapa tô passando noe-mail ok, estou aguardando!!!

4:46 PM  

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