01. a casa
Aha methakiase. um francês, dois brasileiros, uma porteña, a espera de um turco. Aha, como canto de delírio, um canto de mimos, terraço sobre tudo, plantas, vistas, o céu. AHA. Vasco Viejo a 2 pesos argentinos, em taças, em fino trato, em mãos de viajantes judiados. Aha, tantos de todo mundo que passaram por ali, idiomas, aha, AHA, bueno, Buenos Aires, de ares caseiros. AHA, Canto, como nuvem, de seu canto um pranto contente, canto de voz, canto-música da alma que vence o canto-lugar. Enche a casa, sublime seu violão sobre a coxa e a mão llorona, llorona se escorre, a gente vai junto, um lamento alegre, a fundação se desprende da terra, a casa vai como a de Oz. Gardênias, margaridas, flores pelos dedos, garganta com todos os tons de púrpura.
encantamento

.03. a cidadeRetiro e Centro por estratégia: maldito Banco do Brasil.
La Boca, San Telmo por teimosia, como um raio, de passagem.
Recoleta e Palermo, como manchas, sobretudo os parques verdes, manchas verdes para nós, tudo tão rápido, tudo pelos passos aflitos de nossos compromissos. Cidade grande, grandessíssima. 10.000.000 pessoas que circulam, não todos que dormem, vem e vão todos os dias cerca de 20 por cento. Transito infernal (pior que São Paulo? Sim, pior), os semáforos são irritantemente dessincronizados. Cidade grande, tudo para acontecer, todo o charme do mundo, meio Paris como dizem, meio São Paulo, sua irmã, cinza e colorida, metamorfótica ágil, sagaz, fumaça para todos os gostos, tango, tango na rua, outros sons também... Metrô para algumas vezes, em meio ao túnel, antigo, moderno, equipamento, sempre pode enguiçar. Muralha de cemitério, a gente vê da rua, tão alto, na
Recoleta, tão nobre tão emblemático...
Casa Rosada, não chores por mim argentina, bandeira hasteada, bandeirinhas de souvenir.
pode passar
[ojos empleados]São as miradas que tomamos por uns dias, o ponto zero é a casa.
Buenos Aires foi mais dentro que fora, mesmo que fora fosse sempre sedução. Inevitável dar um ângulo a mais, não vimos a vida toda, não crescemos com a paisagem; os volumes provocam reações novas, não são familiares. Nós como sujeitos, nós como objetos. Seus gostos, seus enlaces, seus passos, suas palavras escolhidas.
um limite