a a a

31.5.07

olhos cearenses (16/05/07)

A escala é de brasileiro, já não somos mais nordestinos, tampouco cearenses aos olhos estrangeiros. Entretanto, somos genuínos. Representamos um bicho sagaz, que sobrevive às intempéries mais hostis e adversas. Para estratagemas, somos criativos. Inventamos métodos ou imitamos o nativo. Estamos em adaptação, o organismo ainda não compreende e busca o conhecido, sobretudo no que tange alimentação.

Sim, o hábito alimentar é muito distinto. E nós temos costumes também próprios, também para nossa pátria. Come-se muito pão, pouco arroz e nenhum feijão. As frutas são poucas e caras. Pensamos em alternativas; há muita opção em massas. Mas, diante da temperatura, há de se priorizar a nutrição, importa muito comer bem.

Enquanto na cidade, iniciamos uma busca obstinada por polvilho doce, para fazermos tapioca. Além de desejarmos mostrar um pouco da cultura, trata-se de um alimento muito rico. A primeira dificuldade, porém, foi descobrir o nome que davam ao polvo em castellano, o que, depois de intensa busca, chegamos à fecula de mandioca. E a perseverança foi tanta que encontramos, nas dietéticas da calle 12, de comércio abundante, a tal matéria prima. O primeiro brilho nos olhos e no estômago. Barriga feliz. Depois, encontramos soja texturizada (as carnes são caras e possuem um corte muito particular e frango, impossível de tão caro), gérmen de trigo, lentilhas, arroz integral. Café foi algo que ainda não resolvemos. Todos que encontramos, eram moídos com açúcar, além de caros. Há sim uma cadeia que vende café puro e moído na hora, mas de preço inacessível.

E no fim, parece haver um radar para barbadas: encontramos em um supermercado, queijo a 1,50 pesos o quilo. Óbvio que por equívoco, mas a tempo de nossas mãos...
a