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27.1.07

pó de pirlimpimpim ( 31 /12/ 06)

O noticiário na Bahia era só profecia. Todas as artes das previsões em alta: só dava 2007, astros, cores, tendências, casas astrológicas, orixás... Vimos que 2007 era um ano de fechamento, pois a soma de seus algarismos correspondia a nove, a última casa unitária (2 + 0 + 0 + 7= 9). Ano de arremates, acabamentos; é bem vinda a boa expectativa, esse sentimento otimista que fecunda os olhos, as lentes positivas sobre os rostos.

A tarde passou-se por nós. Nada de mata, para a data, a cidade era ambiente melhor. Imaginário de infância, a festa se arrumando, roupas nos objetos, luzes solenes, música por toda parte.

Para nós, viajantes, uma bronca como exercício: fusca silente, deu um gelo na gente. E o remédio era esquecer por hora, no último dia do ano, já fora demais encontrar alguém para trazê-lo para casa (leia-se para a rua da rodoviária, onde estava estacionado, enquanto ficamos em Lençóis). Júlio, como de costume diário, ligou o carro para esquentar. Mas na volta de aquecimento, já pelos cafundós, foi o que houve, ficou por lá.

E resolvido o que dava para resolver no dia, a ordem foi esquecer, viver o resquício de 2006, de alma cheia e apavorada, firme e arreganhada para novo ciclo coletivo. A gente crê que ano novo mesmo é muito mais aniversário de cada qual, às datas particulares, mas o que se elegeu reveillon tem suas artimanhas: é forte a energia de expectativa, de possibilidades, de caminhos novos a se abrirem... A gente sempre pode mais e enche-se de alegria: é tempo de recomeçar. E tudo é possível. É física quântica.

[Viva o pó azul, jogado para o ar, caindo lentamente sobre as moleiras, um dia abertas, ativando nossos sentidos suprafisicos, sobretudo a polividência; viva o que cremos, pirlimpimpim ou qualquer artifício do coração, palmas para o ar, rodas em torno de nós, amor, flores pelo tempo, purpurinas do céu, azuis, mas de muitas cores, amores, perfumes de sublimes versos, beijos do Universo...]

konidomo deseja, atemporalmente, felicidades, porque a felicidade é a plenitude do mundo e sempre é tempo de se desejar

[agradecemos às meninas de Campinas ( Laurinha, Raquel e Cuca) e à Dê (que já é meio do lugar) pelo momento mágico vivido e à FADA, irmã da Laurinha, pelo momento mágico possibilitado]



rua das pedras [Raquel Queiroz e Denise Maher]
konidomo

na praça
konidomo

tarde
konidomo

dia branco
konidomo

portais
konidomo

dois lados
konidomo

à procura
konidomo

pirlimpimpim [Do Diário de bordo de Raquel Queiroz]
konidomo

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