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27.1.07

caminhos conhecidos ( 30 /12/ 06)

A atividade lugar comum da Chapada é a trilha. Não há como escapar. Assim mesmo, estávamos bem dispostos a permear pela vida de lá, fugir mesmo da badalação de ano novo, pelo menos até ele chegar. E fomos para o ‘RIibeirão do Meio’ (um poço) com uma turma liderada por grandes admiradores do exercício, equipados e instigados na caminhada. Nesse pique, conhecemos duas adoráveis meninas de Salvador, com quem repartimos o ritmo dos que contemplam e cansam-se por natureza. Até nos surpreendemos com nosso bom preparo físico, tendo em vista as condições que nos encontrávamos de pouco uso do corpo em atividade.
A falta de prazer, entanto, em alguns momentos residiu no olhar freqüente para o chão e pouca percepção quanto aos movimentos da natureza: choveu torrencialmente e ainda assim, os mais instigados queriam desafiar passagem por um rio, ato que achamos um tanto imprudente para nossas condições. Só nesse momento recuamos e preferimos seguir caminho adverso, pois já no ‘Ribeirão de Baixo’ (outro poço), observando que muitos ali estavam munidos de isopores de cerveja, churrasqueiras e equipagem completa de suporte a turistas, supomos que haveria de existir um caminho mais fácil. Eles não teriam vindo com todo este equipamento pelo rio... Assim, acabamos agindo como bons nordestinos que somos: acocoramo-nos sob uma pedra, à espécie de caverna, e esperamos a chuva passar. Quando amenizou, seguimos caminho, e qual foi nossa surpresa ao vermos a turma toda de volta, a fazer a mesma escolha nossa...

Enfim, depois foi correr para o ‘pf’ (prato feito), à necessidade de arroz , feijão, carne e farinha. E, então, para casa, sossegar os pés e, finalmente, tornar a ser o bicho social que somos.

[ trilhas são caminhos já desbravados
conhecidos e, por vezes, banalizados

olha-se para o chão
pouco para os lados
a paisagem sem gente
corpo sem alma
instinto carente
de palma
de palavras

a sobrevivência do homem é se alimentar de outros:
o homem é um bicho social]

(do diário de bordo ou de Rita Brum, para familiarizar-se o poeta)


konidomo


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