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28.3.11

mínimas historias

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25.11.08

cruzes

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Milk Maidens, 1996, foto digital

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Death by Hamburger, 2001, foto digital

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Lonely Doll I, 1998, foto digital

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Rize,2005, filme

LaChapelle

estudado em Historia de la Fotografía de um lado
{trabalho prático sobre fotografia contemporânea}

e em Antropología de los Procesos Culturales Contemporáneos de outro
{sessão de vídeo, filme Rize, em aula}
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esse hiato: vamos ao Brasil

Notem: as cabeças fervem, já ferveram mais. Se estamos revigorando este espaço é porque abrimos um importante hiato em nossos estudos. Finalmente, depois de 2 anos de “mundo afora” revisitaremos nosso lar primordial: vamos aos nossos. Para os que se perguntam pela jornada, ávidos por reencontros – também ansiados por nós - necessitamos dizer que, aos não residentes em terras alencarinas, não será dessa vez. Passaremos pelos ares. Isso, o Biu, dessa vez, não trabalhará. Há, para isso, muitos motivos. O mais convicente, entretanto, seria dizer da conjuntura como um todo. Explicamos melhor: requereria todo um planejamento, como o anterior, mas segundo novos paradigmas. Também seria algo maravilhoso, para se aproveitar plenamente, uma nova instância. Porém, agora a motivação de ir é, sem matizes, a saudade: os impulsos emocionais nos gerem pelo momento. Portanto, temos pressa em abraçar, descansar a mente, desarmar-nos, ensolarar-nos, refazer-nos.

Pois bem, aos que gostariam de estar a par dos dados suficientes para um abraço imediato e não possuem meios de acessá-los com a família, publicamos nossa chegada:

Aeroporto Pinto Martins, Fortaleza-Ceará,

dia 03/12/08, quarta-feira,

às 13:10 (não tão exatas, imaginamos, pois já alteraram o horário uma vez),

vôo da Gol ou da Varig (é uma novidade da empresa).


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14.11.08

desfragmentações

Estagnado? Estático? Não, digamos, o konidomo é dinâmico sempre. Às vezes, em demasia; já seguiu o ritmo da estrada, já seguiu o ritmo das megalópoles. Porque sempre esteve seguindo, respirando à velocidade dos ares que entram pelo nariz. Agora, o konidomo aspira o cotidiano: rápido em fragmentos (compartimentos de dias e atividades) e lento em seu todo de existência (abrangendo o tempo das multidões). E toma, a ventiladores, ares da Academia: trespassando fotografia e antropologia, liquidificados em conhecimentos apreendidos até então.



Dinâmico, já dissemos. Não pára nunca, ainda que expresse uma aparência imóvel. Assim, se está pensando. Mãos no queixo: interrogando. Está captando; vivência é real, compreender não é fácil. Estamos justo no tempo da desfragmentação do todo; processo do pensar, que progride e retrocede, aclara, confunde, desavessa, cruza, recusa, precipita. E chove. Às vezes, graniza.



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trespasses

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trânsitos

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teorias (tesis Marina Liberatori, colega de Antropología)

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provocações (Font Cubierta, atelier Spilimbergo)

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práticas (atividade Spilimbergo)

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18.5.08

Antes que fiquemos cegos (17.05.08)

[raciocínio ótico físico-neurológico]
Da física; o sistema perfeito de fotografia, ainda que a lacuna técnica faça hesitar as palavras. Arrisco-me, entanto: sim, vulnerar o pensamento de que nossos olhos são a melhor máquina fotográfica inventada, ainda que mais complexa e difícil de manusear. Digo, há toda uma matiz – o cotidiano de leitura remete inadvertidamente à psicologia, sociologia, (etc) - que qualifica os registros, armazena, desfocaliza, colore, contrasta, apaga. Nosso equipamento é íntimo, de filtros e lentes digitais – datilográficas, celulares, neurais – de sangue, de carne e osso, e cartilagem. É vivo, e não o temos domesticado por próprios controles; olhar não é ver. Olha-se, não necessariamente fotografa ou registra conscientemente. Olha-se e, apesar de arquivar o conteúdo no HD, é possível que jamais se reconheça a imagem formada. Inteira ou fragmentada, retalhada, distorcida, codificada.
...

[raciocínio psíquico-social]
Quando era novidade, olhamos e vimos. Porque nos surpreendeu. Na casa, na cidade; enxergamos o diferente, aquilo que não reconhecemos nas correspondentes escalas. Tanto quanto em elementos verbais, o amiúde visual era mais vivo. Víamos com exatidão os contornos do objeto, gritando sua existência numa obviedade tão frívola quanto absoluta, da invisibilidade indiscutível para os usuários. Na nossa terra explicitar esse estranhamento é como afirmar-se ignorante. Explico: algo da relação nordeste-sul brasileira ou, melhor dizendo, do campo-cidade, do provinciano ao cosmopolita; é ser matuto, para tanto, não se denuncia. A reação comum é fingir que sempre soube, e quase convence repetindo a naturalidade do naturalizado com a coisa.
...

[raciocínio fisiológico-construtivo-provocativo]
Mas a presença é indelével! Por que razão? Paramos diante da materialização: o objeto há. Pelo hábito? Pelo clima? Por que razão ainda se usa o bidê aqui (na Argentina) e nós o substituímos pela ducha, ao asseio pós-defecação? Redução de metros quadrados para Orçamento mais enxuto? Analisando a filosofia construtiva de que menor é mais, um bom banheiro para a pauta imobiliária alcança em média 2.00m X 1.20m. Em cotas: 85cm de box (de modo a permitir um mínimo de mobilidade ao lavar-se) + 38cm de vaso + espaço para papel e ducha + 45cm de pia. Medidas estas da largura, posto que também é de racionalismo projectual que se disponha numa mesma parede as saídas de tubo, de modo a otimizar a instalação. Quanto à profundidade, considera-se a dimensão de 60cm usual para portas de banheiro + 10cm de boneca + raio do giro da esquadria, de modo que não choque com a pia. Isto tudo considerando um layout base, idealizado para que permita o mínimo de espaço com um mínimo de conforto; isso um estudante de arquitetura comprova ao dedilhar longas noites ou copiar de algum escritório em que estagia. Uma medida exata, de definição centimétrica que garante a acomodação precisa de todos os utensílios ‘indispensáveis’ à higiene íntima. Um acordo construtivo, envolvendo projetistas, desenhistas, calculistas, construtores, órgãos reguladores das profissões (engenharias e arquitetura), órgãos aprovadores (prefeituras), executores e usuários. Com a ausência do bidê, ganha-se, efetivamente espaço e tudo o que isso representa no mundo da Construção. Perguntamos, em outros termos, em que se perde? Ou melhor, por quê foi subtraído, realmente? Por esta matemática ou por algum outro motivo que então nos falha visão?

Se virmos - e não só olharmos – o banheiro como elemento mais que construtivo, detectaremos aí uma infinidade de representações históricas. Houve tempo de estar fora da casa, de estar dentro, mas de forma precária; houve tempo de desenvolvimento sanitário, época de higienização e projetos de instalação mais ‘assépticos’, depois mais baratos, depois mais práticos. Embora se tente justificar as mudanças por uma evolução da engenharia e dos conceitos médico-sanitários, há mais nisso tudo. Porque só a tecnologia não pode ser determinante para retalhar da memória os azulejos dos salões que eram os banheiros das casas de nossas avós. Grandes e monumentais: louça e alvenaria impecáveis, duráveis e confortáveis. Não restrito a condições de vida favorecidas economicamente. De fato, também o minimalismo dos banheiros atuais não se restringe aos apartamentos mais modestos. É mais um advento de novas construções; mais vale ter cinco banheiros pequenos que um enorme, na lógica imobiliária de compra e venda, e por conseqüência incutida na mentalidade do proprietário. A distinção econômica se faz mais evidenciada através dos materiais utilizados, que tampouco se categorizam pela qualidade somente. São materiais legitimados, como granitos, porcelanatos e outras ‘tendências’ doutrinadas pelos ‘Casas Cores’ da vida.

Pois bem, observamos o bidê, o qual utilizamos (nós particularmente) como lugar para livros, revistas, papéis ou objeto invasor do ambiente. E perguntamo-nos acerca de sua utilidade. Se é higiênico, se não o é; não o usamos e não lembramos de haver usado algum dia, ainda que existisse no banheiro antigo de nossas casas de infância. Perguntamo-nos o que – ou quem - determinou a prescindibilidade do bidê, como um siso da boca ou um apêndice do intestino. E nos perguntamos de que modo, aos amigos locais que nos visitam, repercute a idéia de não ser utilizado algo que em sua concepção pode ser indispensável. Ou ainda, se a presença desses objetos – eventualmente um Borges, o Nomenclador (*) ou os classificados de La voz (**) - aí descansados, os incomoda, por impedir o uso – que lhes é habitual - ou por ser isto entendido como uma absurda falta de higiene de nossa parte. Em todo caso, até que o incômodo possa ser externado, mantemos o nosso hábito – ou desábito – como uma provocação. Porque melhor que explicar é confundir. O choque dispara a ‘objetiva’, para o retrato. Dessa maneira, talvez se alcance ver, enquanto se olha.

(*) Espécie de catálogo com mapas da cidade, nomes de ruas, orientações urbanas gerais da cidade de Córdoba, que a propósito é de um desses amigos freqüentadores de nossa casa, que por gentileza nos emprestou.
(**) ‘La voz del interior’, Jornal de maior circulação na cidade de Córdoba.

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dia internacional dos museus

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Em comemoração ao dia internacional dos Museus, 18 de Maio.
Fotos retiradas no Museu de Antropologia da Universidade Nacional de Córdoba.

para conhecer o trabalho dessa Instituição:
http://www.ffyh.unc.edu.ar/index2.php (menu lado esquerdo, clicar Museu de Antropología)
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aquela tarde antropológica (16.05.08)

Grupo de discussão coordenado pelo professor Gustavo Sorá, também condutor da disciplina Teoria Antropológica (Maestría en Antropología). Nessa tarde, esteve em pauta sua tese de Doutorado "Brasilianas. A Casa José Olympio e a instituição do livro nacional"
(Museu Nacional do Rio De Janeiro, defendida em 28/08/98 , orientação: Afrânio Raul Garcia Junior) , com presença do Dr. Adrián Gorelik (Grupo Prismas, Programa de Historia Intelectual, UNQ/CONICET).


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16.5.08

el jugador

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3.5.08

abstrair

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para la disciplina " sintaxis de la fotografía" del curso de la Spilimbergo
ejercicio acerca de grados de iconicidad. un tema, tres niveles de representación.

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23.4.08

para desparafusar ... o coração ... está aberto o nosso espaço sideral ... tal qual fizemos antes em outra dimensão ... al revés ... ao invés ... do outro lado ... do lado de cá ... ou do lado de lá ... da ilusão ... para desparafusar ... desconstruir desordenar desdesenhar desativar desobrigar descoordenar desestruturar desubicar... qualquer razão ... tal qual abrir-se vulnerável ao mal ao mau ao bem ... além ... o bem e o mal casados com separação de bens ... irrevogável intransferível indiscutível inevitável abrir-se para o sol e não se abrir para a fumaça também ... o cheiro o ruído o imprevisível e improvável também (sempre pode acontecer) ... manhatan no cine club as 11 ... depois de tanta mente usada e revirada reusada refogada com óleo quente ... revivo as estruturas cerebrais ... reviro suas certezas reais ... recrio nossas alianças sociais ... enfático ... se mesmo o tempo se contradiz, esquenta esfria, para despreparar a sua estética ... para escandalizar sua oração ... desplanejar desarranjar desconsertar sua intuição ... mais alheia que não ... Oxalá se caiam todas as paredes e o lar fique nu ... para desparafusar qualquer razão ... ainda que não exista ainda instrumentos verbais para expressar o pensamento caroço de feijão ... em formação ... porque ainda está ainda e é prematuro trazer as frases feitas do colchão ... a dialética do diálogo imaginado do discurso decorado de travesseiro ... mais vale o súbito ainda que desparafusado desconcertado desastrado como elogio ... como espelho ... eu brindo pelo ser humano atrapalhado por excelência por ser difícil sê-lo; embora hoje esteja um pouco de moda, o belo ainda busca a perfeição ... ainda que dentro deste estilo mas artificialmente idealizado perfeitamente imperfeito ... para desparafusar ... o teatro faz reaparições ... que interprete essa figura que dou no seu discernimento ... erre na leitura ágil ... erre na inegável incontestável indiscutível impressão (minha crônica menção ao poliedro) ... que Chet encha um pouco mais a alma de todos os que sentimos demasiado ... para desparafusar – também – a emoção ... e que venha à Córdoba o rei, Roberto Carlos (!) ... e que cantemos em casa ‘pé quente cabeça fria’ dos doces bárbaros ...

["(...) pé quente cabeça fria / saia despreocupado você pode conquistar o mundo desta vez/ pé quente cabeça fria / saia despreocupado faca tudo que você queria e nunca fez(...)"]

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garrafa ao mar [18/03/08]

[carta enviada à família e aos amigos, por ocasião de ingresso nos respectivos cursos: Júlio, “Escuela de Artes Aplicadas Lino Enéas Spilimbergo, Ciudad de las Artes” e Raquel, na Maestria en Antropología, da Faculdade de Filosofia e Humanidades, da Universidade Nacional de Córdoba (AR)]



Córdoba, 18 de Março de 2008
Destinados aos que dedicam qualquer classe de carinho às nossas vidas:

Agora em que a felicidade nos aparece representada, desejamos compartilhar, orgulhosamente, este que é um grande êxito. Grande, porque dominou nossas aspirações por largos meses; êxito: mais que por sua validade em si, grande e valioso, porque é retorno de um querer absoluto. Por tantas dificuldades, é mister dizer: os clichês são deliciosos, e se o tal do “sonho” é desejado com afinco, é claro que acontece.

Escrevo, assim, por 3 motivos. O primeiro deles, de natureza emocional, sobre o qual me permito declarar, acintosamente, esse orgulho duplo. Para “desfrutar”, como dizem os argentinos, porque assim como é saudável chorar nas dores, é saudável também sorrir – ou gritar esfuziante - pelos logros, apesar do condicionamento da “sociedade dos sacrifícios”, etc. e etc. E ninguém tem sacrificado tanto por nós como vocês.

Sim, estamos felizes, que isso seja registrado, depois de tantos lamentos. De tantas ausências, esforços reais e sobre-humanos, que, entanto sabemos, não cessarão. Pois bem, nessa atmosfera de júbilo, tenho – particularmente – recordado anteriores. Os quais, devo dizer, na compensação das decepções que pude ofertar-lhes (porque fazem parte das eleições de caminhos, tampouco devem agradar sempre e não seriam louváveis se fosse essa a razão) há de se ser justo no que tange a pontuação, se é que se pode computar assim a vida de alguém. O que desejo dizer com isso figura por alguns momentos em que manifestei infelicidade; lembro de dias em que conversamos (eu então em Maracanaú), diálogo entre pai e filha. Pai (e mãe) que é capaz de tudo pela felicidade dessa filha e que deixa muito claro, para quem quer que viva nesse entorno familiar. Que à primeira vista não entendeu bem as palavras dessa filha quando disse de sua tristeza, de sentir-se descontente, desperdiçada, porque não fazia o que lhe enchia a alma.

Pode ser este um pensamento romântico - ou inadvertidamente burguês -, sobretudo quando se goza o que muitos desejariam gozar. Mas vejo – e sinto -, com exatidão, que idealizações alheias reproduzidas em outrem não são mais que isso, por mais profundo que seja o tal do condicionamento social do bom e do ruim. Não adianta, o valor é interno, é o que vigora as veias, dá excelência à coragem, dá invencibilidade ao corpo. Assim seja, hoje, sinto que me faço compreender melhor. Embora o mundo comunique-se em uma língua capital, creio na manutenção dos dialetos; eu acredito nos êxitos por dedicação, se essa vontade for genuína e intransferível. Não há como apoucar-se com méritos inúteis, posto que sempre serão inúteis (ainda que aplaudíveis ao corpo massivo) se não forem concebidos das entranhas deste pobre ser.

Pois bem, o segundo motivo concerne à informação. Porque, ainda que nos comuniquemos, não se pode negar o isolamento criado pela imersão em novo mundo. Explico: ainda que arrisquemos a equivalência de coisas, palavras, comidas e hábitos, é um engano achar que assim se possa traduzir uma vivência. Cada povo, por mais que se encontre nele aspectos universais – seja pelo trespasse cultural, pelo trânsito de fronteiras, pela “natureza humana”, ou similaridades ocasionais -, possui uma estrutura própria. Temos escutado os professores de inglês, desde crianças, diante da tentadora tendência (afortunadamente, nossas crianças agora escutarão professores de espanhol): “Não traduzirás!”. Porque, de fato, cada expressão está impregnada de muitos outros aspectos além dos caracteres. As fronteiras, apesar de termos sentido tão imaginárias na estrada, são reais no que se refere aos códigos, os quais um “intruso” deve adaptar-se, flutuando da inclusão à exclusão permanentemente, vice-versa. É tarefa de todos os dias, é marca indelével, factual e natural, uma vez que não se formou ali, como gente. Enfim, nem as arquiteturas, nem as línguas, nem as pessoas possuem a mesma compleição, há de se entender, sem “traduzi-las”. Por essa razão, essa carta é também informativa, de modo a ilustrar mais aproximadamente o que significam esses êxitos aqui, ou seja, o que realmente significa essa interação acadêmica que obstinadamente investimos. Do que vale estudar na Argentina – ainda que nossa conjuntura política, econômica e social nos tenha induzido a outros destinos, ignorando o pulsar das próprias artérias latino-americanas.

Não necessito falar de Córdoba, porque é sabido seu valor histórico. Apesar da predileção européia a tantos olhos, nossas escolas nos permitiram um mínimo de instrução acerca das Missões Jesuíticas, das colonizações espanholas, das Universidades que, das mais antigas no continente, aqui foram edificadas. Porém, falar da Argentina, que apesar de ser o país sul americano que mais visitamos os brasileiros, não o conhecemos em sua integridade. Porque a Argentina “traduzida” no Brasil é distorcida para com sua realidade, é desleal para com sua grandeza, é injusta para com sua amabilidade. Por vezes, implica uma visão preconceituosa, intumescida por um pensamento perpetuado e repetido, assimilado, subalterno – das massas que reluzem uma arcaica divisão mundial, sem saber que estão com isso cimentando os próprios pés na submissão. Esta vista, não nos interessa. Por graça, ainda estamos por decifrar muitas faces. Por uma leitura personalizada e não induzida. É um processo que deve manter a serenidade, como o corpo do novo amante por descobrir.

E, disso, fazem parte nossas eleições acadêmicas, não são em absoluto casuais, não são expressões isoladas, nem fruto de efemeridades. Fazem parte de um plano, ou alguns planos – individuais e também em conjunto, a abranger o KONIDOMO. Foram encontros felizes de vocações e aptidões com possibilidades. Como se tivesse que ser. Como casal fadado ao casamento. De um lado, um romance com as imagens, de outro, com os verbos. Assim, reviramos as oportunidades, por alegria encontradas. Ambas através da Universidade Nacional de Córdoba: uma na Faculdade de Filosofia e Humanidades, onde cursarei esse Mestrado em Antropologia e outra na Cidade das Artes, pela Escola de Artes Aplicadas Lino Enéas Spilimbergo, onde Júlio cursará fotografia. É essa uma espécie de Faculdade, entretanto, uma modalidade a qual não reconheço no Brasil; a Cidade das Artes é uma Instituição, como o próprio nome sugere, de expansão artística, de modo a habilitar e desenvolver aptidões manifestadas na música, no teatro, na fotografia, no desenho, nas Belas Artes. Como disse, ainda estamos conhecendo, mas de antemão, posso arriscar dizer que é apaixonante, bonito de ver. É um espaço de transcendência, razão pela qual me faz orgulhosa saber que, também pelos rigores no tocante ao ingresso (um mês de curso eliminatório, através de aulas, provas e trabalhos das mais diversas naturezas), Júlio agora fará parte.

O último motivo para meu verbo excessivo – ao que me valha também este deleite de dedilhar os divagares – reside na gratidão que não queremos e não podemos nos furtar. Porque, como sempre dissemos, nada poderíamos sem aqueles que, mais que crer no aparente desajuízo – porque se tende a ver loucura no que não é convencional – possibilitaram efetivamente esses desejos. Nossos mais profundos agradecimentos.

Ainda que por meio cujo tato se faça ausente, os sentimentos encontram matéria pelo caminho, de modo que a física quântica haverá de responder pelas sensações,

O mais terno abraço,

Raquel e Júlio
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30.3.08

tensiones y retenciones

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[imagens acerca do ¨cacerolazo¨realizado em várias partes do país, em contra ao governo]


para saber mais:

(depois do mais recente pronunciamento)
http://www.agencianova.com/nota.asp?n=2008_3_27&id=49338&id_tiponota=4
(lado B ou avaliando de outra ótica)
http://www2.lavoz.com.ar//08/03/27/secciones/economia/nota.asp?nota_id=175257
(depois do ¨duro¨pronunciamento)
http://www2.lavoz.com.ar/08/03/26/secciones/economia/nota.asp?nota_id=174818
(jornalismo de Córdoba)
http://www2.lavoz.com.ar/08/03/27/secciones/economia/nota.asp?nota_id=175204
(videos)
http://www.lnteve.com/tags/campo
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22.3.08

uma história

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* essas fotos foram feitas para o processo seletivo 2008 da Escola de Artes Aplicadas Lino E. Spilimbergo. Instituição que se dedica a formar fotógrafos aqui em Córdoba-Argentina e localizada na Ciudad de las Artes. É a terceira de uma série de tres histórias que elaboramos para o último exercício da avaliação.
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18.3.08

contorno

É gente: enquanto come, dorme, caminha; tudo poderia ser em qualquer lugar. Se não falasse, já não faria diferença compartimentar-se em uma Nação – ou uma dimensão em que estar. Poderia sentar e ver; as pessoas sempre vão passar, é a dinâmica do mundo. Se não há para escutar além das máquinas, dos carros, das buzinas, dos apitos, dos tambores, dos latidos – pela falta de espaço sonoro; que idioma faria falta? On/Off; é possível sublimar, desligar-se da rua, esquecer-se de onde se encontra, pela perdição ou hipnose das cidades. São códigos parecidos: o desenho urbano é pouco criativo na maioria das vezes.

É possível também que existam tantas palavras parecidas ou traiçoeiras, que mudam de idioma a outro. Radicais, estruturas verbais, origens comuns... Mas há outras mímicas; há no silêncio uma comunicação consentida. Da fila do supermercado, do elevador, do ponto do ônibus, das salas de espera. Que tampouco é mudo, ou surdo, ou cego. Há no silêncio a perpetuação das espécies e a mesma consistência civilizatória. Um brasileiro calado é um brasileiro.
...

E sim, o contorno dos conjuntos – unitários, como o solitário crônico – se enxerga por outras vias. Não somente pelos olhos. Desse contorno falávamos antes de tomar a estrada. Porque desejávamos ardentemente enxergar o contorno do Brasil. E não falamos das linhas territoriais, que lemos nos mapas e tampouco sabemos de sua lealdade. Verdades verdadeiras? Tudo pode ser inventado, recriado, persuadido. Que cor teria essa linha de contorno brasileira, para quem jamais a houvera ultrapassado? Ainda ali, jamais poderia arriscar palpite que não fosse tendencioso para com o óbvio de nossa bandeira. Mas assim, aceitaríamos o fato de que uma convenção de cores representaria nossa pátria no imaginário. Seria por indução ou por conclusão? E ainda que houvera cor, ou uma comum, talvez importasse mais a sua existência; esse contorno é deixado e trazido; um porque acompanha o brasileiro exilado, outro porque deixa marcado seu espaço vazio, dentro do contorno maior.

“Pude sentir no exílio, como é difícil para um brasileiro viver fora do Brasil. Nosso país tem tanta seiva de singularidade que torna extremamente difícil aceitar e desfrutar do convívio com outros povos. O prefeito de Natal morreu em Montevidéu de pura tristeza. Nunca quis aprender espanhol, nem o suficiente para comprar uma caixa de fósforo. Alguns se suicidaram e todos sofrem demais. Basta ver uma reunião de brasileiros, do meio milhão que estamos exportando como trabalhadores, para sentir o fanatismo com que se apegam a sua identidade de brasileiros e o rechaço a qualquer idéia de deixar-se ficar lá fora.”
(Ribeiro, Darcy in O Povo brasileiro)
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13.3.08

sem título

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29.2.08

Terapia da libertação

Terapia da libertação (parte I)

O tempo nublado é água em suspensão. Tenso o céu, a certeza que se tem é que uma hora chove. Se chove forte, fraco, pouco, muito, às vezes não se pode precisar. Nem especialistas, por mais que a tecnologia para tudo hoje seja o que seja – explosões de satélite que o diga; guerra nas estrelas, war fase atmosférica?

É que o tempo agora é este: uma nuvem puxa outra, como abrir uma aurora? Assim: um dia se desperta e se sublima os fatos. E olhe que tantas travas não são fáceis de decodificar. Todos temos nossos absurdos. Um passo para a libertação é esquecer um pouco a limitação e andar na chuva. A água que molha é menos fria que a da imaginação.

Terapia da libertação (parte II)

Abriu a porta e entrou. O homem lembrou sua condição. Não, e não faz mal. Saiu com todos seus pedaços.

Terapia da libertação (parte III)

só para srtas comércio c/s experiência
4h diárias bom salário
CV 10/12hs rua tal, subsolo, of. X.

Circulei o anúncio,óbvio, mas com uma mistura de alegria e desconfiança. Perfeito, um trabalho assim: 4 horas por dia, sem demandar experiência. Bom. E estranho. Mas... ¡dale!. Que podia passar?

Coisas de centro de cidade. De subsolo, este cenário categórico, público, onde todos podem passar, anonimamente. Convive-se e não se sabe com que; cumprimenta-se, não se aprofunda. O medo dá ao corpo estado de alerta: qualquer ameaça, disfarça-se e desvencilha-se, discretamente. Ou não, desaparece.

Para tanto, para viver uma história assim, há de se estar disposto. Vai-se ao tato, superando-se até quando não se deva mais. É certo que às vezes vai-se muito longe, mas repito: que poderia acontecer? Aos verbos de uma amiga: que me faz mais especial que a multidão?

Bom, havia outras meninas, caso contrário, não me atreveria a tanto. Uma fila, algumas informações flutuantes e olhos – e ouvidos – abertos. Participei de uma entrevista em conjunto, que, embora possuindo a inegável condição de estrangeira, deu-me certa igualdade. Ótimo, sentia-me incluída. Além disso, a estupidez e o terrorismo soavam democráticos. Um blá desses ordinários, para que não se pense ou que se sufoque na própria necessidade. “Quer ou não quer trabalhar?” Uma a uma ia-se acertando interesse, para a seguinte fase, da capacitação. E, para tanto, haveria de pagar um sinal ou a inscrição inteira. Sinal porque o curso possuía vagas limitadas. Bom que era de pouco valor. Estranho porque tudo era muito estranho. Mas fazer o que? A pergunta latente, a reforçar o discurso de trabalho, de vontade a condicionamento mental, esses primários dos primeiros lugares comuns acerca do tema. E, ya está, que molhasse enfim a chuva, não estava para perder essa por mim. Antes a negação que a desistência, render-se nunca, já dizia (em outros termos) Van Dame.

No outro dia, na hora marcada, fui. Estava chovendo realmente e não foi empecilho para minha grandessíssima vontade de conseguir um trabalho. Ainda não sabia ao certo de que se tratava, por alto, algo de cosméticos. Estava bom não ser rejeitada de início pelo sotaque, pela falta de CUIL (documento para empregados), DNI (documento nacional de identificação) e tudo mais. Também estava bom não me escravizar tão ligeiro a esta que é a prisão trabalhista full time. Essa ilusão toda que se cria, de dignidade, de prosperidade, de necessidade, etc e etc invertido. Ainda havia também uma curiosidade espetacular, a superação também que move as pernas, dá ânimo, ir-se, jogar-se! E, “ojo”, não sou “abestada”.


Encontrei duas meninas que havia conhecido na fila. Compartilhávamos alguma desconfiança, mas lá estávamos. Chegando outras e o nosso então instrutor, entramos na sala. Apesar da seriedade do propósito, estava divertindo-me. Calcei um bom personagem, atenta a postura e cuidados com minha integridade. Escutei tudo com atenção, de modo também a descobrir alguma marmota. O certo é que passamos 3 horas de pé, respondendo perguntas-armadilhas que se revertiam em números os quais o senhor não pretendia revelar significado. Duas desistiram por cansaço, aí descobrimos que o labor era de pé, sem ajuda de paredes ou apoios para atenuar. Não me abalou, vejam a quantas andavam minha “atitude” e minha “perseverança”.

Ao fim, apresentou-nos o produto, a maneira, as condições, a natureza do trabalho. Os fatos ficavam mais claros, surgiam mais informações, mas permanecia sempre o tom estranho. Perpetuava-se algum mistério. Concordei em fazer o trabalho prático, levei meu material para casa, aprovada até essa etapa. Fiz algumas amigas, conversamos no caminho, repartimos os estranhamentos.


Cheguei à casa, viva. Pensemos assim. E compartilhei a história, porque não poderia haver fábula tão fantástica para contar. Chegamos à conclusão de que talvez o tom estranho não passasse nunca e poderia causar danos irreparáveis no futuro, digamos assim. Enfim, já havia cumprido o papel predestinado: nada mais eficiente como terapia da libertação. Dos bloqueios, do idioma, da timidez. Mas há sabedoria em não abusar dos ensinamentos, “hacer caso” ao feeling, saber parar. No outro dia, apesar do discurso já imaginado, devolvi tudo. Escutei o “nem sequer tentou”, com a certeza do quão havia tentado e logrado.

“Abriu a porta e entrou. O homem lembrou sua condição. Não, e não faz mal. Saiu com todos seus pedaços.” (terapia da libertação parte II)

Embora não tão cordial, como no outro caso, passou. Entanto, não nego: ainda repercute o risco da proximidade que um sente ao dar-se com o perigo. Ainda que tudo seja obra da cabeça. O certo é que a cabeça deu-me um conto e o conto, uma ‘alta’ social.


Fim da terapia da libertação: por 10 pesos e dois dias. Garantida alguma emoção.

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1.2.08

homo urbanus

Outro dia, estava em mãos el suplemento de arquitectura del Clarín, de Buenos Aires, e os olhos em algo que não fosse necessariamente essa arquitetura entendida pelo termo. E lá estava uma notícia sobre habitat, uma exposição de arte conceitual ou do tipo. Texto com muitos nomes e atrativos; atrativos para quem está de encontro ao que se lê por razão profissional. Nós ainda persistimos nesse âmbito, em perguntar e intrigar nossa profissão. Porque somos chatos. E também porque sentimos o momento estranho, como se fosse chover, como se fosse explodir o que há muito está por explodir. Enfim, encontrar leitura afim - não pelo vigor literário, outrossim pelo teor - é alento. Intersecção! Verdade? Estaria a humanidade a marcar nova era, a era do HOMO URBANUS? Justo em 2007? Coincidência com o konidomo? Sim, pois pela alienação forçada pela efêmera passagem em muitas pátrias, só agora tomamos conhecimento da discussão por estes termos. E não estamos de todo inteirados.
Sin embargo, desde então sentimos legitimado um pensamento, uma preocupação comum, talvez. Por intuição, talvez. E, talvez, possamos considerar a intuição sem toda a vilania que alguns pensadores - antropólogos, estudiosos, sociólogos - consagraram, sobretudo sob o ponderar norte-europeu. A intuição hispânica, de hispânico que somos, ao julgo do meu então soprador de idéias – Gilberto Freyre, em “O Brasileiro entre os outros hispânicos” - o qual convém para verbalizar ou mesmo proteger essas palavras de serem anônimas. E porque nao há mal em ser humano demais, ainda que nessa nova era de humano urbano, ou homo urbanus, como se queria chamar, possa corresponder, se apenas releva estatística ou superficial entendimento, ao obsoleto significado de "civilizado". Como se instinto fora algo necessariamente vinculado à animalidade, à terra, ao campo, ao que viria a ser ao urbano ilegítimo. Há de se estudar mais também acerca do que representa o “urbano”, o termo convencionado e o termo raiz. Necessariamente - quantas vezes a redundância permitir a repetição, possivelmente advento do novo idioma que me invade os sonhos e o pensamento, confundindo ortografias e estruturas linguísticas. Estudar, necessariamente. Para que se evite cair no equívoco, assim como temos caído tantas vezes com o termo “arquitetura”.

konidomo



Para ler uma matéria acerca do tema, que não a citada no início do texto: http://www.clarin.com/suplementos/zona/2006/12/03/z-03903.htm
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pálpebras para os ouvidos

Silêncio: apartação. Da rua, o mundo. O mundo entra pela janela. Entra o ônibus, a moto, a buzina, os diálogos, os olhos – ou a câmera -, a sirene, o grito. Grito: meus ouvidos não possuem pálpebras! Ainda que a evolução humana nos leve à condição de monstros - cidades monstros, casas monstros, seres monstros - nossos ouvidos não possuem pálpebras, assim como nossas amígdalas ainda não são unânimes para com sua inexistência. Assim como os apêndices ainda torturam entranhas. Os cisos, dizem, já não importam tanto, light não quer dizer saudável, adoçantes podem engordar e estar cego não é necessariamente uma condição física. Envenenados, entorpecidos, adaptados. Pés nadadeiras de “Water world”. Silêncio?! De tantos decibéis, já não posso assegurar se o reconheço: ainda que usando tampões, quase todas as noites para dormir, escuto um ruído contínuo, que, embora enlouqueça, não é da consciência. Zunido. Reverberação, resquício, rebordosa de sons. Eco, alguma explicação acústica; não se atinge o silêncio – ou o som zero, ou a ausência de sons, ou a paz ilustrada – resiste o incômodo. Outro mundo, es decir, quantas dimensões se sobrepassa com um simples tampão ou um simples processo para apartar-se do mundo provisoriamente - ou para sempre - por este tempo indeterminado de consciência. Porque imediatamente após de sedar a audição, parece o equilíbrio comprometer-se, nas ações mais básicas, como escovar os dentes. Olha-se para o espelho e nele não se reconhece, ainda que a imagem seja tal qual a registrada. Não se reconhece porque não há som, e não se recorda de momentos assim, de pálpebras nos ouvidos, ainda que por um segundo. O incômodo, por esta razão passa a ser o do não ruído – ou do ruído desconhecido- , ou por conseguinte, do não sentido, da não vida, do não mundo. A paz artificial também grita, ao condicionado em uma ambiência de holofotes. O mundo, é tal qual somos, ainda que incomodados, porque também somos incomodados por excelência. Ou somos tal qual o mundo, incômodos tão somente naturais. Não se incomodar é enfermar-se no próprio juízo. E verter-se assim, aparentemente desconexo, perigosamente por si. Entrar em si, caminhar em si, pela desconexão. Mutação. De genes? Evolução categórica é de pensamento e elevação. De si por si, em grupo às vezes. A contrapartida é que já estamos viciados, dependentes, é esse o habitat que desenvolvemos para nossos corpos. E para a mente. Um para o outro. Integrados: comida, casa, condição. Romper é arrancar as amigdalas do hipotálamo. E talvez, tão doutrinados na matéria – para sentir, há de ver, pegar, comer até - ainda não estejamos preparados para tanto. Meu canto é de observação. Entre o barulho e o indefinido.
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10.1.08

moléculas tropicais (07/01/08)

“(...) dias de janeiro, calor demais, dias de janeiro, olha como faz, esquenta, é tão bom estar no mar (...)” (*).

Argentina, 40˚. Assunto dos telejornais. Conversa de elevador. Desculpa para bar. Sonho de piscina. Aqui, na cidade, é permitido banhar-se nas fontes das praças. Não há brisa marinha. Não há mar. Por mais que nos valha a compleição - somos feitos de moléculas tropicais – também sentimos. E desligamos o calefon. Quem precisa de água quente? Mas cai a temperatura de repente, embora não baixe de 20˚. Todos se vão a Carlos Paz, a 57 km da capital cordobesa. Todos se vão a Mar del Plata. Ou para o Brasil. Porque os cordobeses amam o Brasil, sobretudo através da Bahia, do Rio, de Santa Catarina, pelo lugar mais argentino no Brasil, Balneário Camburiú. Muitos sabem onde fica ou ouviram falar de Fortaleza, Recife, Maceió. É verão. É inacreditável.

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konidomo

37C ST 42C
konidomo

(*) Otto, “Dias de Janeiro”, álbum “Condom Black”.
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