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29.1.07

gritos engarrafados (09/01/ 07)

Conhecemos um casal de andarilhos. Ela, argentina; ele, brasileiro. Ambos, do mundo. Ela disse tantas coisas que brilhamos os olhos ao ouvi-la. Coisas da América Latina, coisas da vida, acerca da felicidade, acerca da condição de ir e com isso não acumular ( quem anda, não acumula, ela disse). Uma conversa maravilhosa, de espichar a espinha para a frente.

A certa altura, sentimos um certo desconforto nas pessoas ao redor. Pelas diferenças explícitas, no jeito de viver, de ser, de falar, coisas partidas de olhos. Felizmente, ainda não achamos isso natural, dói de ver. ‘Gente de bem’, do outro avesso, a gente tolera, pára, escuta, até admira às vezes. O contrário é mais difícil. Fala-se auto-proteção, medo, o pânico urbano, patológico, que quer que seja um nome para dar.

O tal do medo não passa de uma cautela que nos doutrinaram a ter, um estereótipo de perigo. O medo só deve ser levado a sério quando vem de si, das profundezas do estômago e arrepia a espinha. Se não, é só disfarce para um nome feio, que todos recriminam, mas enfim, a condição social todos os dias legitima.

Nós também conversamos com um rapaz da terra, que conhecemos por intermédio de Valadão, nos primeiros dias. Ele faz parte da Brigada de Incêndio, que atua na Chapada de modo a evitar maiores danos causado pelo fogo na mata. Além do trabalho bonito da equipe, contou-nos também de outros termos do lugar. De episódios de injustiça, de fatos, da vida de lá. E foi muito enriquecedor, ouvi-lo, assim como tem sido, ao longo da jornada. Esses senhores povos, sabedores populares, museus vivos, comuns, de qualquer lugar. Inspiração para nós, reafirmação de sentimentos, de direções, de história.




nos olhos de quem vê
konidomo
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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

que gostoso! ainda não tinha entrado no blog, só no início, qando ainda nem tinha nada, e devorei tudo de uma vez só! comecei de setembro, por ordem das datas (que inclusive tem q se ler debaixo para cima), esqueci de tudo que tinha que fazer aqui no trabalho, preferi passar a tarde toda na companhia de vcs, me deslumbrando com tanta coisa linda, e não tô falando dos lugares não, é de vcs mesmo, das palavras de raquel que me fazem carinho, das fotos de julio que puta q pariu, me desculpe o palavrão, mas nada exprime melhor do que um PUTA Q PARIU de boca cheia quando se olha pras fotos de julio. escândalo! saudades sim, muita, mas não quero que voltem logo não. quero me levem com vcs outras vezes, como hoje tarde.
mando beijos e suspiros
e desejo bravura e valentia pro fusca, muita caneta e tinta pra minha poetisa e muita luz, da mais bonita, pro catador de imagens mais adorado.

11:03 AM  

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