lá no Sossego (06/12/06)
Além de tudo, estávamos mesmo precisando de sossego...
Mas ‘Lá no sossego’ é como chamam uma casa muito especial, no centro de Recife. De espaço e de pessoas, algo já visto em alguns lugares, algo sentido apenas lá. Mistura de gente, de juventude, de sonhos, de batalhas diárias e uma organização bonita de ver, companheirismo e responsabilidade social, vidas cruzadas, conjugadas e essencialmente humanas.
A primeira vez que estivemos lá, foi para visitar um amigo, na segunda-feira à noite, dia 04/12. Fomos despretensiosos, queríamos mesmo encontrar um querido antigo e relaxar depois de tanto afazer (costuras, cadernos, oficinas, cartas, etc). Porém, foi entrarmos no lugar para percebermos a grande fertilidade de fontes para nossa pesquisa.
O espaço é dividido em ateliê e casa, na medida das coisas: há uma gráfica para produção de fanzines e material vinculado à arte; e há um lar, formado por quatro pessoas e um gato (formação atual, pois uns vão, outros vêm). Percebendo os anacronismos da casa, entendemos que precisávamos voltar para observarmos a dinâmica. E voltamos para um dia inteiro de anotações, questionamentos, captação de imagens, contações de histórias.
No que se refere ao edifício, é uma típica casa antiga (parecida inclusive com as de Fortaleza, em semelhante desenho) sem recuos laterais, estreita, mas extremamente comprida, além de amplo quintal. Possui três quartos, sala, cozinha, depósito, um quarto no fundo para a gráfica e um banheiro incrível, desses de cinema, antigo, com banheira, bidê e atmosfera nostálgica, pelo revestimento e impregnação dos tempos de outrora.
No que tange as vidas, há um ‘ex-arquiteto’(como se denomina e é um aspecto relevante a se observar, pois conhecemos situação similar na profissão, com certa freqüência), uma atriz, um ilustrador que trabalha com design e outras nuances da arte digital e manual (e estes formam um casal), uma estudante francesa de pedagogia e um gatinho preto, livre e doméstico, próprio de sua natureza.
Ouvimos o histórico de quem passou por lá, dos pioneiros aos atuais, enquanto lavava-se roupa, em um dia comum. Entre uma coisa e outra, embrenhamo-nos em conversas acerca das individualidades de alguns moradores presentes. Como cada um chegou lá, ficou e sente-se; o que busca, em que se dedica, felicidades do cotidiano, dentre muito, muito, posto que muito há ali.
Família é o termo da organização, de laços afetivos, de laços humanos, humanistas como se dizem, felizes como se expressam em cada gargalhada, olhar, abraço, implicância de irmão, cuidados de quem ama e respeita e divide a vida, assim, simples e complexa, livre e responsável, de não se deter em palavras, regras, métodos. Difícil de dizer, mas fácil de sentir: quem está por desejo no lugar, sem amarras, deixa no ar o sentimento de satisfação, encantamento, delírio e, sobretudo, de felicidade.
reencontro com Diogo Tod.é
conversa na área de serviço
no quintal do Sossego
acerca da dinâmica da casa
revista Fusão e os frutos colhidos
histórico do lar
enquanto se lava roupa
Anaïs: nova moradora, estudante francesa de pedagogia
como Anaïs encontrou o Sossego
conversa entre moradores
sobre a organização social do espaço
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faces do poliedro
abertura zenital
Tod.é, Anaïs e Ataulfo: três dos habitantes
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