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3.4.07

Palácio da princesa (18/03/07)

Fomos convidados para um almoço. Na casa de uma amiga natalense, ora residente num daqueles apartamentos da Ipiranga com São Luís, taxativos de uma burguesia que fora e que não é mais. Pitoresco, desde a entrada, na portaria. Espelhos, fontes, azulejos. Desenhos antigos, de portas, elevador, olho mágico. E dentro do apartamento... Palácio da princesa! E-NOOOR-ME! O espanto maior, foi sem dúvida, quanto ao tamanho do banheiro. Maior que muito quarto, sem exagero, uns bons metros quadrados.

Para fazer jus a sua mansão, nossa amiga, também conhecida pela arte do humor e gaiatices, preparou um belo banquete. Além de nós, eram convidados, presentes, um amigo seu português e nossa amiga em comum, a Virgínia. Carne de sol, arroz de leite, macaxeira cozida, farofa: legítimos do nordeste.

Dado o deslumbramento, da espécie inusitada em que nos encontrávamos, acabamos fazendo mais um estudo de caso. Era surpreendente o espaço, as histórias do prédio, que ela nos contou e que vez e outra apareciam pelas conversas.

No fim da tarde, ensaiamos ir ao ‘Sertões’, no teatro oficina. Até fomos mais além de ensaio, já que chegamos à porta. Depois de fatos truncados no caminho, quando quase caímos em roubada, pelas redondezas, desistimos. Dessas coisas que não se entende mesmo, a gente estava na beira da fila e resolveu voltar, instinto. E foi bom, pois quando chegamos, precisamos mudar de garagem para o fusca. ‘Se tivéssemos assistido, sendo de seis a sete horas de duração, teríamos dificuldades em encontrar abrigo para o Biu madrugada adentro. E graças a nossa desistência de ver a peça, também tivemos oportunidade de conhecer um restaurante vegetariano.

no palácio [Nathália Maria]
konidomo

personagem [Raquel, Virgínia e Nathália]
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o singelo
konidomo

se fartar
konidomo

na Caras [Raquel, Nathália, Virgínia e Ronaldo, em primeiro plano]
konidomo

de cá [Júlio Paiva e Virgínia, em segundo plano]
konidomo


[durante a estada em São Paulo, o fusca ficou em dois lugares diferentes, na garagem de dois prédios de amigas nossas, que cederam gentilmente. Alternou-se a temporada de um e outro, nós sempre tínhamos que pegar algo no carro, lembrar de um objeto, voltar...]



[neo-retirantes?]


Há um novo êxodo? Gente para estudar? A sobrevivência pela informação, pela boca, outro alimentos, outras necessidades para viver. Nossos amigos paulistanos chamam-nos retirantes. Por alguma semelhança? Retirantes? Da seca? Da seca intelectual? Da fome de aprender? Muitos nordestinos, muitos de outras regiões. O que há na cidade ímã?

Nossa teoria é a de que há um novo movimento. Gente em busca de oportunidade. Do nordeste para sudeste. Do sudeste para a vida pacata. Os contrários. Mais dinâmica para uns, mais sossego para outros. Mudanças. E quem vem para são paulo não quer apenas comer, quer brilhar. Mais que sobrevida, um teto alto, para crescer, crescer, do tamanho que der vontade.

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